7.19.2016

Respirar fundo, todos os dias.

Não tem sido fácil gerir duas bebés, já tinha desabafado aqui e aqui. No fundo, este blogue acaba por ser o meu psicólogo e ouvir as vossas histórias faz com que não me sinta tão desamparada. Aquela coisa do "o que não nos mata, torna-nos mais fortes" deve ser mesmo verdade, mas até nos sentirmos mais fortes, vai-nos saindo do couro. Acho que se soubesse meditar e se conseguisse ver tudo de fora, custaria menos, mas infelizmente não tenho (ainda) esse poder. Ainda só consegui fazê-lo uma vez. 

No outro dia, ao final do dia (chamo-lhe a "hora do fim do mundo"), era este o cenário: Luísa a chorar baba e ranho, agitada, e eu a tentar dar-lhe mama em pé e Isabel a jantar numa mesinha da sala, com a bisavó Rosel a ajudar, a levantar-se a cada minuto e a andar debaixo das minhas saias, dizendo "bebé não, mana não". Como me prendeu uma das pernas, tentei sacudi-la para que não caíssemos, ela desequilibrou-se e, com um pé, derrubou o prato da comida. Arroz, carne, cenoura aos bocadinhos espalhados pelo tapete, Isabel num pranto que só visto, a apanhar cada bago de arroz e a comer, eu a dizer-lhe que havia mais comida na cozinha, a pedir-lhe que parasse de chorar, a Luísa a chorar e eu, curiosamente, em vez de chorar, desatei a rir-me. E nem sequer era de nervoso, achei mesmo piada à situação. Só tive pena que não estivesse a ser filmado. Disse logo: "a avó é minha testemunha!" Nesse dia, a Luísa ainda não tinha feito nenhuma sesta de jeito, andou a chorar todo o santo dia e a Isabel tinha acordado com os pés de fora. Nessa noite, contrariamente à boa disposição com que encarei aquele episódio, chorei muito. Depois de as ter adormecido, nem jantei, fui para a cama desabar um bocadinho. No outro dia, acordei bem-disposta, valha-nos isso e a partir daí, tenho tentado fazer esse exercício: respirar fundo, todos os dias. Tentar ver tudo de fora. Perspectivar, relativizar, acreditar que melhores dias virão. E vêm, vêm mesmo. Já os tive. Vão-se intercalando, para que não criemos falsas expectativas e para que também não nos apeteça ir ali falecer um bocadinho.

Ficámos as três em Évora estes dias, em casa dos sogros. Vou publicando uma ou outra fotografia no meu Instagram


Uma foto publicada por Joana Paixão Brás (@joanapaixaobras) a



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10 comentários:

  1. Olá Joana! Tb a mim ajuda ler os teus posts e ver que não é só por aqui que se passa o mm. Podia ter sido eu a escrever :) qd me perguntam cm está a correr com a mais velha digo "tem dias e tem horas". Ela é uma ternura com o mano mas fica "bicho" qd é a hora da maminha do mano... depois p ajudar à festa ainda me diz "preciso de ti mãe!"tenho saudades tuas" "agora tens que tratar de mim não do mano". Então qd está no ponto de ebulição chega a dizer "não quero o mano! O mano é feio" e por aí fora. Mts vezes (a maioriaaa) não tenho a capacidade de me conter e desato aos berros com ela. Sei perfeitamente que não resolve nada...antes pelo contrário...e depois sinto me a pior mãe do mundo por não conseguir gerir um mundo c dois bébes e chego a por em causa ter tido a ideia de ir ao segundo tão cedo! Depois passa e os momentos bons superam os maus mas é uma verdadeira batalha todos os dias...principalmente interior! Força Joana! Estamos juntas :)

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  2. Olá Joana! Com este relato lembrei-me de mim à um ano atrás. Com uma filha de 2 anos e outra nascida em Maio. E algumas vezes sozinha com as 2 - alguém tinha que trabalhar :) Pensei muitas vezes que não ia conseguir e ia-me passar da cabeça. Quando estava grávida da 2ª filha pensei que as coisas iam ser mais fáceis e depois levei com a realidade. No entanto, fazia tudo de novo :) e espero fazer :) A boa notícia é que essa fase passa e o fim do dia vai melhorar. Força nas canetas que as miúdas são lindas :) Beijinhos***

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  3. E tudo passa quando sorriem, quando abraçam e dão beijinhos certo?

    Por mera curiosidade, a Joana pensa ter mais filhos? Eu tenho duas e gostava muito de ir ao terceiro mas acho que o medo se está a sobrepor à coragem.


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  4. Eu costumo dizer muitas vezes que ser mãe É a coisa mais difícil do mundo!! SER mãe. .mesmo SER! Não é estar grávida nem ter filhos (isso é peanuts), é estar lá para os filhos, fazer todas aquelas tarefas chatas e aborrecidas mas que no fundo são aa que criam seres humanos fantásticos, equilibrados e cheios de memórias familiares. Isso dá muito trabalho, e é o trabalho mais mal remunerado do mundo porque em troca recebemos uns sorrisos e uns abraços (isto, num dia bom).
    Ter 2 filhos é um desafio a triplicar (porque existem aa 2 crianças e ainda aquela entidade estranha que se encarrega de criar ciumes e sentimentos de culpa a todo o momento).
    A minha forma de lidar com a maternidade nesta fase é: 1 dia de cada vez!!! É frequente chegar ao final do dia (especialmente ser for dos maus) e pensar para comigo "Este dia já está. ..menos 1" :-)
    Eles/elas vão crescer e tudo há-de melhorar, maa até lá é uma grande tarefa onde muitas vezes somos mais o elemento submisso do que líder, e resta-nos tentar levae o barco a bom porto, com o mínimo de danos, por entre tempestades tremendas.
    O que é preciso é coragem. ..e ter sempre presente que "vamos sobreviver a isto; vai melhorar um dia; é um dia de cada vez;" mas principalmente saber que, estas crianças vão crescer e tornar-se adultos com memórias fantásticas dos pais, com a certeza que sempre estiveram lá. ..que fomos aqueles pais que assitiram a tudo e acompanharam tudo amparando-os nas quedas e empurrando-os nas subidas!!!
    Força. .coragem...e nos dias maus, é só contar as horas que faltam até ao final do dia hehehe

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  5. Andreia Gonçalves10:44 da manhã

    Olá. Como me revejo no teu post, apesar de só ter uma bébé, tem uns dias de diferença da tua, nasceu a 19 de Maio, mas tem sido complicado. A hora do fim do mundo só agora comecou a abrandar, já não acontece todos os dias. Mas é terrivel para dormir, 15 minutos aqui e ali ou então uns soninhos bons no colo ou de barriga para baixo. As noites por norma acorda de 3 em 3 horas mas tem dias de ir às lágrimas de cansaço em que parece que as pilhas dela não acabam. Enfim mas vai melhorar espero eu.

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    1. O meu é do dia 21 e é igual ca em casa...

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  6. Como eu me reveijo em cada texto seu... a minha mais velha tem dois anos certinhos e há dia 17/06 chegou o mano que é um chorão, só quer colo, ainda ontem entrei em pânico e fartei-me de chorar Pk nem sequer conseguia ir ao wc, mal o ponho nq cama acorda logo. E ainda tinha de fazer almoço para o pai. De repente o pai chega( eu sem almoço feito ainda),adormeceu-o ao colo,meteu-o na alcofa e dormiu umas três horas e pouco... e à noite aqui em casa é a mesma coisa, horas de morte, banho,jantar... o caos! Mas acredito que td vai acalmar e daqui a uns tempos já brincam juntos! ����

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  7. Eu (leia-se o meu filho) também tive a hora do fim de mundo, começou quando ele tinha 1.5 ou 2 meses e durou até eu perceber o porquê de ele chorar todos os dias à mesma hora...
    Ele a essa hora (19h) já precisava de estar na cama. Foi a hora que ele definiu como a hora de dormir à noite. Passamos a ir para a cama às 18h30 e acabou-se a hora do fim do mundo.
    Beijinho

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  8. Bem... esse texto podia ser uma fotografia escrita do que se passa cá em casa. Com duas filhas exatamente da idade das tuas (a mais nova tem 2 semanas) as coisas têm corrido até muito bem, exeto nos dias em que não correm. Esta noite ninguém dormiu. A bebé resolveu acordar de hora a hora para mamar e a de 2 anos, que até cotuma dormir a noite inteira, resolveu acordar também com pesadelos umas vezes, com fome em outras. Era ver-nos a correr de um quarto para o outro às cabeçadas nas paredes.
    Em agosto não há creche para a mais velha. O meu namorado tem que trabalhar. Vou ficar com as duas, num T2, sozinha um mês inteiro, exeto 4 dias de férias nossas (e num mês tão grande como agosto). E a mais velha estará a tirar a fralda nessa altura (temos vários motivos para o fazer em agosto por isso não há grande volta a dar). Confesso que estou com muito receio de não conseguir. Já estou a ver se o meu namorado consegue tirar alguns dias no inicio do mês para eu não dar em doida.
    Ler este blogue e os comentários ajuda-me imenso e dá-me mesmo muita força. ver experiências semelhantes à minha dá-me uma perspetiva da coisa que me permite relativizar tudo. :)
    Por favor, continua a partilhar como estão as coisas e como tens resolvido as situações mais difíceis. Muitos beijinhos e muita força

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  9. Por aqui, agora com 10 meses, a hora do fim do mundo já passou! Mas foram tempos difíceis! 2 bebés ( gêmeas) a chorar ao mesmo tempo e eu só com 2 braços! Muitos dias o pai chegava a casa e eramos 3 a chorar! Mas já passou! Respirar fundo e tentar não enlouquecer!

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