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5.29.2017

Que fiquem com isto gravado na pele

Há dias em que sinto a falta de ir ao teatro, há dias em que sinto a falta de estar a 10 minutos de casa de um amigo, há dias em que sinto a falta do rebuliço da cidade. Sinto, confesso. 
Mas, como em tudo na vida, há muitos senãos na vida na grande cidade: cada vez que vou a Lisboa fico com cara de tomate dos nervos que apanho no trânsito, por exemplo. E penso no privilégio de poder respirar este ar, de ver a Isabel a apanhar papoilas, a mudar caracóis de sítio ("aquela erva está mais verdinha!"), da Luísa poder calcar bem a terra e mexer nas pedrinhas (e comer terra...). Esta liberdade, estes pés descalços, este pôr-do-sol sem recortes dos prédios é impagável. E, mesmo que regressemos à cidade, espero que elas levem esta brisa, este tempo com tempo, este abraço demorado no ADN, na memória, na pele. Que esta calma e estas cores lhes fiquem gravadas no corpo e, sobretudo, na mente. 














Vestidos - Moki & Mar


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4.17.2017

Miúda, miúda

As fotografias ficam sempre aquém do que ela é. 
Da astúcia, da meiguice, da malandrice. 
Esta miúda é um furacão. 
Mesmo com mais tempo, às vezes apresso-me e apresso-a.
Tiques de muitos anos, que demoram a sair da pele. 
No outro dia disse-me "vá, estou atrasada para o parque!". 
Esponjas, esponjas. 
E não é bem isto que eu quero que ela absorva. 
Quero que saiba que temos tempo. Para o que interessa temos tempo.

Aprendeu a deitar a língua de fora, quando se zanga. A dizer "és má" e "és mau".
Mas também aprendeu a dizer que "a mana não é má" quando ela faz algum "disparate".
Ou "o Pipo não é mau", quando me zango com ele.
Tem um sentido de justiça qualquer, uma pureza que me fascina.
No outro dia eu disse "mau, Maria" e caiu o Carmo e a Trindade. "Não sou má, Maria". Até chorou. Claro que não, filha, nunca disse que eras má. És boa.
Há equívocos ainda, muitos.
Mas sei que lá no fundo sabe que a adoro e confia muito em mim.

Começou a falar em cocó e em xixi com risinhos parvos (a que eu acho imensa graça).
Começou a responder "nada" para se esquivar quando lhe pergunto "o que estás a fazer, filha?".
Começou a ter um sentido de posse mais apurado, agora com a irmã.
Mas também calha emprestar-lhe alguma coisa, perguntar à irmã se quer brincar com ela, ajudar a distraí-la no carro quando vai a chorar, dar-lhe a mão e fazê-la rir.

Amo-a. Com tudo o que ela é.
Com os choros (às vezes tenho a sensação de que chora muito, mas ainda bem que se expressa),
Com as birras.
E com o mau feitio.
Com os desafios, as patetices, o bicho carpinteiro, os "nãos" e os gritos.

Ela é tudo isso e é muito mais.
Isabel, meu amor.


As flores que ela plantou com o João.

Toda orgulhosa.
 
Depois, explicou-me que aquelas não se podiam apanhar, só as selvagens.

Levamos o selvagem muito à letra cá em casa, como podem ver pelas ervas que crescem em todo o lado eheh



Estas eram para a avó





Vestido - Boboli
Sandálias - Maria Pipoca

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3.01.2017

Faz um ano que mudámos de vida.

Faz hoje um ano que mudámos de vida. Dia 1 de março foi o dia em que me dediquei só a mim, à minha gravidez, à Isabel. Largámos a nossa vida em Lisboa, a casa arrendada, eu deixei em "pause" o trabalho em televisão, a Isabel mudou de escola, e viemos viver para o campo, para Santarém. Sou pessoa de balanços, ligo a datas marcantes e a aniversários. 

Sem dúvida que este ano foi marcante. 
Eu que dizia que nunca conseguiria ficar em casa "só" a cuidar de um filho. 
Eu que achava que precisava de (mais) vida social. 
Eu que queria ter uma carreira. 

Afinal consigo. 
Afinal não preciso assim tanto. 
Afinal não necessariamente.

Afinal, com alguma ginástica, conseguimos muita coisa. Juntos, em família.
Acho que sou uma sortuda em estar em casa. Acho, acima de tudo, que as miúdas são umas sortudas e eu também, por contágio.
A Isabel que vai mais tarde para a escola e regressa mais cedo. Que tem cães, campo e ar puro e uma mãe mais presente.
A Luísa que me tem a 100% e que anda alapada a mim para todo o lado (até formações e reuniões - e porta-se tão bem).
Eu, que apesar de não ser boa a gerir uma casa e refeições - mas lá me vou desenrascando, coitadas-, tenho muito amor para dar e aprendi a dar valor a tudo o que de bom tenho na vida. O meu trabalho [sim, trabalho, apesar de às vezes até eu achar que é apenas lazer, por gostar tanto do que faço] neste momento é escrever, comunicar, falar sobre aquilo que mais me apaixona, a maternidade. Juntei o melhor dos dois mundos: ser mãe e falar sobre ser mãe. Por enquanto isso basta-nos. Não sei até quando, demo-nos um ano de Luísa para perceber que rumo tomar, e logo se vê. Não sei se continuaremos por aqui, não sei se conseguirei concretizar outros projectos, mas por aqui vamos vivendo, sem grandes pressas e sem pressões. Aproveitando cada dia. 

Obrigada, David, juntos somos muitáfortes.
Obrigada, mãe. Obrigada, pai.  <3
Um obrigada a todos vocês que nos seguem.













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Baloiço - Mada in Lisbon
Collants anti-derrapantes - Caramello

Leiam também - Vivo com a minha sogra!

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10.19.2016

Foi muito por isto que mudei a minha vida toda.

Raramente duvido de que fizemos a escolha certa. Falar-vos-ei melhor de como foi deixar o meu trabalho, voltar a casa da mãe, viver longe dos amigos, voltar ao quarto onde sonhei tantas vezes acordada, com 17 anos, com outros sonhos e prioridades. Mas por agora mostro-vos já uma das razões que me leva a acreditar que isto lhe (nos) faz bem: com dois anos, ela sabe de onde vêm as limas, apanhou morangos, viu o que comem as galinhas, cheirou um pimento flor, esfolou os joelhos a fugir do cão dos primos, calçou galochas e chapinhou nas poças de água, escovou os cães e deu-lhes comida à boca... sem contar com o facto de estar mais perto da tia Rosel, da bisavó, dos tios e dos primos e, claro, da avó, que ainda ontem lhe vestiu o pijama da Elsa do Frozen e lhe secou o cabelo. Sem contar, claro, com o facto de ter uma mãe que, apesar de se desdobrar por duas filhas, agora a adormece todas as noites, depois de histórias, longas conversas e abraços sem fim. Sem pressas.
















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5.29.2016

Viver no campo é mesmo, mesmo bom

Não sei quanto tempo esteve a arrancar flores amarelas da relva. Quando vivíamos num apartamento, em Lisboa, tentava ao máximo tirá-la de casa e fazer programas e passeios. Agora passeamos menos, fazemos menos planos, mas é incrível como ela é capaz de estar entretida, na rua, com pequenas coisas: regar as plantas, apanhar as flores amarelas preferidas da mãe (não são as minhas preferidas, mas tive de lhe contar esta pequena mentira para que não arrancasse as que estão nos vasos), dar comida aos cães, escová-los ou simplesmente andar por ali, de chinelos e em cuecas, à descoberta. Viver no campo é mesmo, mesmo bom. Só a primavera nos tem falhado, mas com sorte o verão compensará.

















3.04.2016

Estou a tornar-me numa agrobeta? :)

Já cá faltava o clichê da vida do campo. Galochas, gotinhas da chuva nas ervas bem viçosas e o cheiro a terra molhada. Depois da manhã em Lisboa, chegar de comboio e ir buscar a filha à escola, sentindo que ainda temos a tarde toda para explorar o campo, encher a roupa de pêlos de cão (a Isabel não resiste em beijá-los e estrafegá-los) e tomar um banho, as duas, de banheira cheia. E sabem que mais? Adoro estes clichês. Filha e mãe felizes. Oh yeah!

(Estarei a tornar-me numa agrobeta?, pergunta uma amiga. Haha)














Juro que não fui eu que a pus no meio da mata para sacar boas fotos hehe, deixei-a ir e explorar (já posso contar com carraças ou ainda não é tempo delas? Menina da cidade...)